A compulsão por drogas, independente de sua legalidade, é um tema de complexidade intrincada que assombra nossa sociedade contemporânea.
Jacques Lacan nos guia a explorar os recônditos da psique humana, uma busca perene pelo gozo.
A compulsão por drogas, desvendada por esse prisma, poderia ser interpretada como uma tentativa de aplacar angústias e tensões emocionais. Indivíduos, em meio a dores avassaladoras e traumas não curados, muitas vezes se voltam para essas substâncias como bálsamos momentâneos.
O que fica oculto, nos termos de Lacan, são os desejos reprimidos, as ânsias insatisfeitas e as experiências traumáticas, que podem culminar em comportamentos compulsivos e alicerçar o vício em drogas. Fica latente que, frequentemente, a razão subjacente a essa compulsão permanece sob véus inconscientes, fugindo à percepção.
As drogas lícitas, como álcool, tabaco e medicamentos (como o Venvanse), muitas vezes mascaram-se sob o manto da aceitação social, dificultando a percepção de seus efeitos deletérios.
Por outro lado, as drogas ilícitas, como maconha, cocaína e MD, trazem consigo o estigma da ilegalidade, acarretando em si uma aura de proibição. Apesar disso, ambas podem ser utilizadas como um caminho fugaz rumo ao prazer imediato, ou mesmo como meios de lidar com a pressão inerente à vida.
Álcool e tabaco podem, por vezes, agir como mecanismos de autodefesa, conferindo efêmeras sensações de bem-estar e euforia, uma pausa temporária nas aflições e ansiedades. No entanto, o uso excessivo e frequente dessas substâncias pode ser o estopim para a dependência e agravar problemas emocionais.
Já as drogas ilícitas, frequentemente, funcionam como um portal para a busca de prazer e euforia imediatos, oferecendo um momento de fuga das pressões cotidianas.
No cerne desse dilema, é imprescindível buscar auxílio especializado, compreendendo que a superação da compulsão por drogas requer um processo contínuo de autodescobrimento e cuidado emocional, elementos que, sob a ótica lacaniana, pavimentam o caminho rumo à libertação.